Transformar a crise capitalista e a guerra imperialista em revoluçom socialista

Este 9 de maio de 2024, no 79 Aniversário da Vitória Soviética, e levando a bandeira vermelha da Humanidade sobre o nazismo derrotado, fazemos público o Manifesto da Confluência Comunista.

Por Confluência Comunista

Manifesto que é fruto dum delongado trabalho de análise e reflexom em que camaradas com e sem militáncia partidária temos compartilhado experiências, com o convencimento de que a tarefa urgente hoje é a organizaçom e mobilizaçom popular pola Paz, contra a guerra imperialista.

Sem dúvida houvo muitas experiências que nos figérom perder energia e dividir-nos. Houvo umha má compreensom do que significam as contradiçons principais com relaçom aos princípios concretos que nos guiam, mas é hora de superá-lo e de avançar propondo-nos vencer a derrota e o seitarismo que só beneficiam o inimigo e a sua maquinária de morte. Necessitamos gerar confiança na necessidade histórica da nossa luita e, ainda con diferenças, ser capazes de avançar neste momento histórico crucial. Toda a nossa energia deve concentrar-se em ser capazes de contribuir para gerar um movimento maciço para combater e vencer o imperialismo e as suas secuelas de guerras e devastaçom globais; imperialismo que também destroça as condiçons de vida nos seus próprios territórios.

Este Manifiesto, base da unidade de açom que nos convoca, é tam só um ponto de partida aberto a quem se sintem comunistas, e por tanto capazes de entender nesta palavra de ordem essencial e urgente o legado de séculos de luitas contra o nosso inimigo de classe. Para retomar com força a experiência histórica que nos corresponde, após longas décadas de retrocessos.

Por tanto, o Manifesto irá cargando-se na prática com tarefas concretas de estudo, propaganda, mobilizaçom e organizaçom, a travês da achega de todos e todas, pois trata-se dum processo en construçom aberto à totalidade de comunistas nesta longa luita pola Humanidade e o Socialismo.

Pretendemos que a estas primeiras sinaturas se sumem muitas mais até novembro, quando se apresente o projeto de Confluência e tenhamos já umha parte do caminho percorrido mediante a prática e o compromisso militantes.

Manifesto da Confluência Comunista

Como militantes comunistas, temos a responsabilidade de responder, desde as nossas atuais capacidades, às exigências da luita de classes aqui e agora. Por isso, quem subscrevemos este documento abrimos um espaço de organizaçom, diálogo e intervençom para avançar numha articulaçom política superior, que melhore as posiçons da classe trabalhadora neste momento concreto da luita pola sua emancipaçom da ditadura do capital e da asalarizaçom forçosa e cada dia mais degradada.

Após mais dum ano de trabalho e iniciativas partilhadas, a constataçom prática da solidez das nossas bases políticas e teóricas e, ao tempo, a confiança partilhada no projeto coletivo que vimos construíndo anima-nos a avançar na nossa articulaçom e acordamos constituir-nos como CONFLUÊNCIA COMUNISTA.

Esta, que é umha decisom que se corresponde melhor ao objetivo que perseguimos, a unidade de açom da militáncia comunista, é a expressom prática dumha decisom estratégica acorde ao momento decisivo para o desenvolvimento da luita de classes em que estamos imersos. É um salto qualitativo no compromisso compartilhado por diferentes militantes comunistas, de avançar na conformaçom dumha clara referência para o avanço da unidade de açom. Um espaço de trabalho e debate de ideias entre comunistas revolucionários, destinado a quebrar as permanentes e diversas dinámicas liquidacionistas que, tanto no teórico como no político e organizativo, afetam desde há décadas o movimento comunista. Um projeto onde o novidoso nom é só que os acordos políticos sejam a base dumha unidade de açom dirigida a exercer umha crescente capacidade de intervençom e direçom política de massas, senom que situa como referência inequívoca que todo processo encaminhado cara a unidade comunista tem como último valedor o Povo Trabalhador. Sem ele, nom há processo de unidade que poda triunfar, e para isso, é imprescindível trasladar os nossos acordos ao concreto, à luita política contra o capitalismo no nosso entorno mais próximo e acumular forças em favor do Socialismo.

A CONFLUÊNCIA COMUNISTA constrói-se desde o mais rigoroso respeito à soberania e independência de cada projeto no seu específico ámbito nacional de intervençom. A aplicaçom deste princípio é a melhor garantia para gerir situaçons complexas que sempre se apresentam na luita de classes, e que nos situam perante a responsabilidade de dotarmo-nos dum método que ajude à resoluçom das mesmas, avançando sempre no sentido da unidade e a articulaçom das capacidades diversas.

Partindo, por tanto, do respeito à soberania de cada umha das estruturas sobre as que se conforme a CONFLUÊNCIA COMUNISTA, sobre a base das diversas formaçons sociais concretas que componhem o Reino de Espanha, o estado imperialista espanhol, a nossa iniciativa, que é ao tempo plural, diversa e unitária, situa um precedente diferente na forma de entender as relaçons entre comunistas.

A unidade de açom, fundamentada nos acordos políticos que substanciam a nossa vontade de confluir e intervir dumha forma decisiva no desenvolvimento da luita de classes, é a razom que determina a nossa existência e a base do progressivo avanço da referência comunista que estamos construindo.

Umha nova forma de entender as relaçons entre comunistas de diferentes formaçons sociais, que situa um antes e um depois na comprensom da totalidade dos elementos que determinam a complexidade do marco da luita de classes em cada umha das nossas naçons e povos, no contexto do Estado espanhol como superestrutura imperialista de opressom de povos e naçons que o capitalismo espanhol tem construido como instrumento da sua ditadura de classe e das suas violências. Umha aprendizagem que nasce da relaçom dialética entre as necesidades da prática política e as ensinanças que brinda a independência de classe e a teoria do socialismo e comunismo científico, o marxismo-leninismo.

OS NOSSOS ACORDOS POLÍTICOS

A AUTODETERMINAÇOM É O DIREITO À INDEPENDÊNCIA

A defesa do direito à livre autodeterminaçom -no sentido leninista de direito a eleger a independência- do conjunto de naçons e povos que na atualidade conformam o Estado espanhol, para além dumha questom de princípios para qualquer comunista, constitui umha exigência sine qua non para superar a realidade de opressom nacional imposta pola Constituiçom burguesa, monárquica e espanholista de 78, que foi desenhada pola oligarquia franquista, em conivência com os centros de poder do Imperialismo. A diversidade de projetos históricos que legítimamente defende cada militante que subscreve este Manifiesto, tem em comum que a sua proposta política se sustenta em todos os casos na construçom da força da classe trabalhadora e consequentemente, concebem-se como complementários a um objetivo comum de soberania nacional e de classe.

CRISE GERAL DO CAPITALISMO

O factor fundamental que determina a realidade neste momento histórico decisivo para o desenvolvimento da luita de classes, é a atual fase da crise geral do capitalismo, assim como o caráter estrutural da mesma. O inexorável aumento da composiçom orgánica do capital provoca a queda tendencial da taxa de ganho, que na atual quarta revoluçom industrial vai dando lugar a umha crise crónica cada vez mais profunda, multifactorial e multidimensional, e por tanto cada vez também mais difícilmente reversível.

A degeneraçom do modo de produçom capitalista, a consecuente barbárie que de forma crescente causa na Humanidade, vam fazendo mais e mais evidente a sua necesidade de superaçom, ao tempo que as consequências globais e multidimensionais da sua crise situam o Socialismo como único caminho com futuro.

Na sua fase última de desenvolvimento imperialista, o capitalismo senil e agónico, cada dia mais parasitário e em descomposiçom, tende a que a concentraçom e a centralizaçom do capital se convertam num exercício crescentemente violento da sua ditadura de classe. Hoje o capitalismo a duras penas pode apresentar algum factor de avanço social ou democrático, toda a sua existência está marcada polo seu esgotamento histórico e pola acumulaçom parasitária por despossessom, cuja máxima expressom é a guerra sistémica.

O IMPERIALISMO É O INIMIGO PRINCIPAL DA HUMANIDADE

Liderado polos EUA e nucleado a volta da OTAN, o bloco económico, político e militar ocidental impom a guerra ao conjunto da Humanidade.

Sem mais saída que a violência geralizada para soster una dominaçom global que só pode manter-se com as armas, o seu declive económico, geoestratégico e ideológico sitúa-o na via unidirecional da guerra global. Quando a arquitetura financieira que sostém a falsidade da sua economia esgota aceleradamente o seu percurso, nom tem mais alternativa que a imposiçom universal da barbárie.

Exemplos disso som as constantes agressons que o Imperialismo leva adiante contra os Povos do planeta, muito especialmente o genocídio que a colónia sionista autodenominada “Israel”, está a cometer na Palestina, e a guerra que, tras o golpe de estado do Maidán em 2014 -perpetrado polo Departamento de Estado norteamericano-, livra a OTAN na Ucránia contra a Rússia.

O deslinde de posiçons em relaçom à guerra de Ucránia situa como umha absoluta prioridade a necessidade de disputar política e ideológicamente com todas as tomas de posse que, em qualquer das suas mais variadas expressons políticas, debilitam as posiçons anti-imperialistas e constituem-se, em definitivo, en funcionais ao Imperialismo.

Neste sentido, a confrontaçom frontal com a teorizaçom da “pirámide imperialista”, que equipara responsabilidades entre a OTAN e a resistência aos seus planos expansionistas, é umha obriga de primeiro ordem para o campo revolucionário e anti-imperialista.

A luita anti-imperialista exige um programa concreto de intervençom orientado face a articulaçom dumha Frente Mundial Anti-imperialista, na que a búsqueda ativa da Paz, fundamentada no direito à autodeterminaçom dos Povos e o respeito à sua soberania, devem estar determinados necessariamente pola exigência de derrotar o Imperialismo.

Junto a isto é necessário aprofundar na batalha de ideias contra o revisionismo histórico que, sob o discurso de denúncia de todos os totalitarismos, chega à aberraçom de equiparar o nazi-fascismo com o comunismo, querendo mostrar o capitalismo como o precursor e garante da democracia, o desenvolvimento e o benestar. Polo contrário, os nazismos e fascismos, clássicos ou modificados, nom som senom engendros do capitalismo, os quais ativa quando a força da classe trabalhadora desafia as suas bases de exploraçom e dominaçom. O capitalismo, em si mesmo, é um sistema baseado na umha e na outra, na desigualdade, na colonizaçom, na guerra e no empobrecimento das grandes maiorias, emdefinitiva, na destruçom da Vida.

FRENTE MULTIPOLAR

No meio do caos global gerado polo Imperialismo, umha nova realidade abre-se passo, transformando o cenário das relaçons internacionais entre estados. De forma imparável avançam dinámicas diversas que, sem constituir em absoluto umha meta em si mesmas, sim conformam um novo marco para o desenvolvimento da luita de classes, de maneira que de posiçons revolucionárias o qualificamos de mais positivo para os interesses dos povos e da classe trabalhadora internacional, pois propícia melhores condiçons objetivas e subjetivas para o triunfo de processos democráticos, para o avanço dos Povos na sua emancipaçom e soberania e mesmo para as Revoluçons Socialistas.

A necesidade de intervir neste marco obriga ao desenvolvimento tanto de posiçons táticas como de alianças complexas de caráter temporal e limitado. É un repto que assumimos com a exigência de fazê-lo desde a coerência com as posiçons estratégicas e a lealdade aos princípios.

Nengumha consideraçom justifica traficar com os nossos princípios. Tampouco abandonar en nengum momento o rigor que, conforme à teoria socialista e comunista científica, o marxismo-leninismo, deve soster todos as nossas análises e afirmaçons.

Por isso, na complexidade da batalha de ideias, que nos obriga a manter aberta a crítica a todas as posiçons que tratam de debilitar a independência de classe e o rigor analítico que nos exige o propósito revolucionário, pola releváncia que lhe outorga a sua posiçom hegemónica entre amplos setores da classe trabalhadora, reiteramo-nos na caraterizaçom da socialdemocracia como umha opçom política incapaz de representar nengumha alternativa favorável aos interesses e necessidades da classe obreira e os setores populares. Tanto a socialdemocracia clássica como a que representa o oportunismo reformista nas suas mais diversas expressons, som hoje agentes da classe capitalista no seio do proletariado.

A NECESSÁRIA FORMAÇOM TEÓRICA

A consideraçom do marxismo-leninismo como a teoria do socialismo e comunismo científico que, por cima de comprensons que o pervertem e anulam, negando-lhe precisamente o seu caráter científico, é um corpo de conhecimento en constante desenvolvimento, capaz de interpretar a realidade na sua totalidade material para transformá-la, justifica o nosso compromisso com a formaçom teórica.

Esse é o significado real da praxe: a teorizaçom da prática concreta e a prática concreta da teoria.

RECUPERAÇOM INTEGRAL DOS NOSSOS PRINCÍPIOS FUNDACIONAIS

O movimento comunista a escala mundial encontra-se perante o maior desafio desde a publicaçom do Manifiesto do Partido Comunista em 1848. Em muitos casos cooptado pola pequena burguesia, transformado em muro de contençom da luita obreira e popular nas democracias burguesas, adulterado como projeto genuinamente proletário cuja missom é organizar a Revoluçom Socialista mediante a toma do poder, deve livrar-se da contaminaçom lentamente inoculada em mais de 150 anos de luita.

Sem recuperar os princípios fundacionais, sem depurar a ideologia burguesa que impregna o seu acionar teórico-prático, sem desprender-nos da linha pactista, institucionalista e pacifista hegemónica que nos tem esterilizados, caminhamos cara ao seu inevitável descalabro.

A sua dramática ausência, ou no “melhor dos casos”, a sua presença residual na prática totalidade das grandes luitas de libertaçom nacional, levantamentos e rebelions populares, combates e guerras contra o Imperialismo que intermitentemente se desenvolvem em todos os continentes desde a destruçom da URSS, confirma a urgência de avançar num processo integral de recuperaçom dos princípios inicialmente elaborados por Marx e Engels, posteriormente desenvolvidos e aperfeiçoados por Lenine.

O SUJEITO REVOLUCIONÁRIO

Frente aos que desde a petuláncia própria da pequena burguesia se reclamam como sujeito revolucionário, para a militáncia comprometida com a CONFLUÊNCIA COMUNISTA o único sujeito político possível da Revoluçom Socialista é o Povo organizado, encabeçado por aqueles setores da classe trabalhadora que adquirírom umha consciência social avançada e podem, por tanto, por-se à vanguarda política do movimento das suas luitas.

Umha concepçom que compromete a um constante exercício de trabalho político dirigido a intervir en espaços políticos de massas, desenvolvendo umha crescente capacidade de direçom política e construindo referencialidades claras da militáncia comunista entre os setores mais avançados do povo trabalhador. Transmitir a teoria socialista e comunista científica às massas require da inteligência política coletiva de saber situar os objetivos estratégicos sem perder a referência das exigências e reivindicaçons materiais concretas e imediatas de cada momento.

Estes som os principais acordos políticos sobre os que, até agora, temos vindo trabalhando. Devemo-nos felicitar polo caminho andado e a solidez das suas bases políticas e teóricas, que som as que nos empurram a continuar aprofundando na unidade de açom para a luita em todos aqueles campos de intervençom nos que coincidamos, respeitando a soberania de cada umha das estruturas da CONFLUÊNCIA COMUNISTA a definir os seus próprios tempos, mas com o compromisso firme de fazer avançar as posiçons de classe e revolucionárias entre a classe trabalhadora.

Após este novo passo, seguimos avançando num processo que se segue construindo e está aberto à participaçom de toda a militáncia comunista que comparta este projeto.

VIVA A LUITA DE LA CLASSE OBREIRA!

VIVA O INTERNACIONALISMO PROLETÁRIO!

VIVA A CONFLUÊNCIA COMUNISTA!

Asinantes: Anjo Amenedo, Inés Andreu Ferrer, Enrique Árias Romera, Pako Belarra, Quim Boix Lluch, Tatiana Delgado Plasencia, Moisés Escudero Cano, Jaime Fernandes Castro, Glòria Fontcuberta González, Miguel Ángel Galindo Vicente, Yolanda Gómez González, Amparo Hidalgo Lozano, Pablo Lorente, Lluis Matarredonda Alonso, Juan Muñiz Acedo, Anxo Padín, Rafa Pérez Accino Gómez, Andrés Piqueras Infante, Sara Rosenberg, Francisco Ruiz, Juan José Sánchez López, Fermin Santxez Agurruza, Ginés Saura Fernández

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