Seria muito mais fácil abandonar a luita ideológica, evitar denunciar as derivas das ‘esquerdinhas’, somar-nos acriticamente às modas imperantes, pintar de cores a bandeira vermelha
Por Rebeliom Popular
O estado de anestesia geral que padece a imensa maioria da classe obreira e do conjunto do povo trabalhador, obedece a diversos factores endógenos e exógenos.
A aniquilaçom da totalidade das organizaçons políticas e sindicais mais representativas da movimento obreiro e do movimento campesinho da etapa republicana, do movimento de afirmaçom nacional galego, e da rede social e popular que artelhava a profunda transformaçom emancipatória que se vivia na altura -a causa da brutal repressom que sob forma de genocídio permitiu com relativa facilidade a consolidaçom de quatro décadas de ditadura-, é sem lugar a dúvida o principal fundamento que permite entender o estado de desmobilizaçom e resignaçom geral.
A claudicaçom da principal força política da oposiçom antifranquista abraçando os acordos políticos que permitírom o tránsito da Ditadura ao atual regime do 78, e a incapacidade das forças revolucionárias em vertebrar umha alternativa ruturista, provocárom o desencanto nas geraçons que as tinham promovido na década dos sessenta e setenta.
A astúcia da burguesia tem logrado integrar e fagocitar todas e cada umha das alternativas que nas últimas décadas agírom como funcionais vias de escape do descontentamento popular. O 15M, a rendiçom da esquerda independentista basca, a estafa do process catalám, e a sistemática penetraçom das reivindicaçons identitárias em praticamente a totalidade das forças que afirmam ser de ‘esquerda’, tam só tenhem desarmado política e ideologicamente o proletariado.
Desconcertado e desorientado polas frívolas e mesmo aberrantes reivindicaçons dos partidos das ‘esquerdinhas’ woke, alheios e despreocupados pola depauperaçom em curso das condiçons materiais de existência, agindo de simples ventríloquos da narrativa progre do imperialismo, facilita que abrace os postulados demagógicos da extrema direita e das organizaçons fascistas.
A carência de referentes classistas centrados na contradiçom Capital-Trabalho, na defesa intransigente dos direitos e conquistas laborais e sociais dos trabalhadores e trabalhadoras, e no nosso caso, inserido na luita de libertaçom nacional da nossa Pátria frente o subimperialismo espanhol e o imperialismo anglo-ianque-sionista, é a razom do atual descalabro estratégico no que estamos imersos.
A política institucional do Reino de Espanha, nom passa de ser um carrossel de mediocres escaramuças entre os capatazes ao serviço dos senhores do palco do Bernabéu, sobredimensionadas polos meios de [des]informaçom da burguesia.
Os casos da corrupçom sistémica arejados polo binómio PSOE-PP, som funcionais para manter os setores populares entretidos e alinhados no artificial eixo ‘direita/esquerda’.
Porque realmente o conjunto das forças políticas com representaçom parlamentar -com a parcial excepcionalidade galaica que confirma a regra-, coincidem no básico, com todos os matizes empregues em cada momento por puro taticismo eleitoral, mas a fim de contas sempre coincidem no cerne. Isto é na defesa do regime pósfranquista cuja pedra angular é a monarquia reinstaurada polo fascismo, na economia de mercado e a sua sociedade classista, na ditadura burguesa sob fórmula parlamentar, na legitimaçom da integraçom do Estado espanhol nos organismos imperialistas da OTAN e UE.
As diversas «esquerdinhas» madrilenas, tanto as do confete e purpurina, como as ‘indepes’ da Catalunha e do País Basco, como os partidos das burguesias nacionalistas de Bilbao e Barcelona, mais PSOE e PP, como os fascistas de Vox, apoiam, ou de forma morninha questionam com a boca pequena, o genocídio palestiniano, e o governo nazifascista do protetorado de Kiev.
E quando as criminais e desquiciadas elites globalistas empoleiradas em Bruxelas, Washington e Londres, atualmente em pánico polo êxito militar e político de Moscovo na sua operaçom de desnazificaçom e desmilitarizaçom dos territórios que faziam parte da República Soviética da Ucrânia até 1991, considerem que já estam preparadas para declarar a guerra aberta à Federaçom Russa, fecharám fileiras com a aventura militar que prognosticam inevitável para tentar atrasar o seu declive planetário.
Nesse momento os que afirmam de forma carpetovetônica querer evitar que Espanha ‘se rompa’, coincidiram plenamente com os que declaram querer marchar porque ‘Espanha rouba-nos’.
Para lograr que a classe obreira abandone este círculo vicioso só há um caminho: reconstruir o partido comunista combatente, patriótico e revolucionario galego, deslindar sem timoratismos contra o circo das ‘esquerdinhas’ woke e intervir entre a nossa classe sem complexos e eufemismos, chamando as cousas polo seu nome.
Sabemos que é umha tarefa titánica, acompanhada de soidade e desprezo, mas nom existe outra possibilidade para poder rearmar-nos para vencermos a besta capitalista, em pleno delírio militarista.
Seria muito mais fácil abandonar a luita ideológica, evitar denunciar as derivas das ‘esquerdinhas’, somar-nos acriticamente às modas imperantes, pintar de cores a bandeira vermelha. Sem lugar a dúvidas lograriamos mais simpatias e apoios, quebrariamos o isolamento que padecemos, mas estariamos condenados ao fracasso absoluto, pois só seriamos mais umha inofensiva sigla ‘marxista-leninista’, umha charlotada completamente adulterada polo discurso hegemónico do poder.
Claro que nos importa nom sermos capazes de avançar ao ritmo que a luita de classes a escala internacional demanda.
Claro que nos preocupa o covarde silêncio de muita gente que coincide em privado com as nossas posiçons.
Mas como analisamos cientificamente a realidade, aplicando a dialética materialista, sabemos que atualmente ainda nom se dam as condiçons subjetivas para que a reativaçom do partido comunista combatente, patriótico e revolucionário galego, de Primeira Linha, que promove a Iniciativa Toupeira Vermelha (ITV), logre atingir a dimensom imprescindível para incidir entre a nossa classe e assim poder começar a reverter a hegemonia posmo entre os setores mais avançados da classe obreira, com destaque nas geraçons mais jovens. Porque tem sido precisamente a juventude o principal alvo da batalha ideológica da burguesia, até lograr conduzí-la ao estado de disgregaçom, conformismo consumista, amorfismo e marasmo.
Neste julho de 2024 queremos reafirmar que a luita de classes na Galiza só pode adotar a forma de luita de libertaçom nacional. Para lográ-lo corresponde aos comunistas incidir no binómio estratégico Independência e Socialismo.
Alertamos da nova estafa em curso de vertebrar um movimento socialista na Galiza promovido por umha nova sigla, que nom é mais que a tentativa de criar na Pátria de Benigno Álvarez e Moncho Reboiras um novo bagulho “ultrarrevolucionário” de inoperante prática sucursalista. Simples fogos de artifício, instalados no cosmopolistismo da gauche divine de fragância troscoide, tam do gosto do inimigo, portanto anti-leninista.
Embora polo autismo induzido que padecemos, a hora dos fornos aproxima-se! Nom sabemos o que vai passar ao final do verao, mas desejamos sorte a toda a classe obreira galega.
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