A razom de convocarmos na jornada do nosso Dia Nacional esta concentraçom, tem como objetivo manifestar a necessidade de abandonar a lógica perversa da política espetáculo burguesa e de avançar na refundaçom do partido comunista combatente, patriótico e revolucionário galego
Por Carlos Morais
VIVA GALIZA CEIVE E SOCIALISTA!
Bom dia camaradas!
Estamos num dos lugares mais emblemáticos do nosso país. Desde a altura desta cimeira de seixo, nom só divisamos ao norte a capital da nossa Pátria, e ao sul o fértil val do Ulha.
Desde esta sagrada elevaçom podemos contemplar a desfeita a que a opressom nacional da Galiza tem condenado o nosso país, convertendo-o numha gigantesca mina a céu aberto, num enorme eucaliptal, na pilha de Espanha, inçando o nosso território de eólicos, celulosas, encoros e indústrias de enclave de manufatura tipicamente colonial, que só provocam pobreza, emigraçom e desfeita ambiental e patrimonial.
Mas se esta elevaçom permite-nos ter umha visom mais ampla da morfologia da Pátria de Benigno Álvarez e Moncho Reboiras -a cuja libertaçom nacional temos como eles consagrada a nossa vida-, também nos facilita, como modesto destacamento de vanguarda marxista-leninista que somos, interpretar o mundo mais alá do curtoprazismo eleitoral e das permanentes escaramuças das artificiais divergências “direita/esquerda” à que a burguesia e o imperialismo tem entretida a classe obreira.
Hoje, aqui, nesta manhá limpa e clara, estamos mais perto das estrelas e do firmamento que queremos assaltar para construirmos um mundo novo de homens e mulheres livres, emancipados e iguais.
A razom de convocarmos na jornada do nosso Dia Nacional esta concentraçom, tem como objetivo manifestar a necessidade de abandonar a lógica perversa da política espetáculo burguesa e de avançar na refundaçom do partido comunista combatente, patriótico e revolucionário galego.
Há agora 365 dias lançamos o ‘Manifesto em defesa do comunismo revolucionário galego’. Foi no ano no que comemoravamos um século de comunismo na Galiza.
Superado o equador de 2024, no ano do cem aniversário de Lenine, voltamos a reiterar a urgente necessidade de dotar o proletariado e os setores populares e empobrecidos, de umha ferramenta defensiva e ofensiva, visada para organizar a Revoluçom Socialista Galega.
Fazemo-lo numha conjuntura caraterizada polo avanço do fascismo, como expressom terrorista da ditadura da burguesia.
Numha conjuntura na que o imperialismo tem decidido que a única forma de perpetuar a sua dominaçom global passa por avançar face a III Guerra Mundial.
A oligarquia mundial, as grandes burguesias ocidentais, consideram que a crise geral, de caráter estrutural, do capitalismo senil e agónico, só pode superar-se, ou aliviar-se, mediante umha gigantesca confrontaçom militar contra o mundo multipolar que agroma.
O genocídio palestiniano, o governo nazifascista do protetorado da OTAN e da UE na Ucrânia, a emancipaçom em curso da África Ocidental frente ao colonialismo francês, som algumhas das expressons mais visíveis deste processo de declive da hegemonia ocidental.
Os comunistas de um país como a Galiza, sabemos que a luita de classes numha naçom oprimida adota a forma de luita de libertaçom nacional, sempre que o movimento de emancipaçom nacional esteja dirigido polo proletariado, e dotado de um programa genuinamnete socialista.
Eis o cerne da nossa existência, da perserverância numantina em continuar nesta travessia do deserto, entre a indiferença, o isolamento, a soidade e o despreço a que somos submetidos por boa parte dos setores organizados do movimento popular.
Mas estamos convencidos que antes ou depois a nossa classe e os segmentos mais avançados reconhecerám as nossas contribuiçons e firmeza nos princípios, tal como nos transmitem em privado.
Nós, como organizaçom de vanguarda nom temos medo a ser assinalados pola nova inquisiçom do disparatado identitarismo woke.
Pois mais alá das modas imperantes, das inofensivas causas multicores elaboradas nos laboratórios contrainsurgentes, dos discursos pragmáticos e possibilistas das ‘esquerdinhas’, da suicida implementaçom da agenda política do inimigo, que só geram desafeçom popular e apoios à demagógia populista da extrema direita, a tarefa fundamental é reconstruir, reorganizar e relançar o partido dos explorados, o partido dos pobres e dos oprimidos. Deveremos fazé-lo sem hipotecas nem temores à ditadura ideológica das ‘esquerdinhas’ gominola e confetti.
Sabemos que é umha tarefa titánica, que exige enormes sacrifícios e necessita milhares de cérebros e maos.
A conjuntura geopolítica deste verao de 2024 permite podermos fazer umha analogia com setembro de 1915. Nessa altura a prática totalidade das organizaçons obreiras tinham aderido à posiçom chauvinista das suas respetivas burguesias, apoiando a guerra interimperialista que converteu os campos de batalha de centroeuropa numha imensa carniçaria de obreiros.
Após a falência da II Internacional, unicamente um minoritaríssimo núcleo do movimento socialista acudiu à Conferência de Zimmerwal para reorganizar o movimento obreiro. Nessa pequena aldeia suiça reunírom tam só 37 delegados de 11 estados europeios. Sem ter mesmo atingido um consenso entre os assistentes polas divergências com o setor do oportunismo centrista, a lucidez e firmeza teórico-prática de Lenine na batalha de ideias, sentou as bases para a vitória da Revoluçom bolchevique e posterior fundaçom da Internacional Comunista.
Hoje estamos numha situaçom similar, onde o desconcerto e a confusom caraterizam boa parte dos setores mais avançados da classe obreira e do movimento de libertaçom nacional galego. Darmos a batalha ideológica, sem complexos nem timoratismos, nom é fácil, mas é imprescindível para evitarmos que o descalabro atual transite face a derrota final.
Acabamos de comprovar como as ‘esquerdinhas’ madrilenas aderírom entusiasticamente ao chauvinismo espanhol, apoiando e celebrando a vitória da seleçom de futebol da monarquia e oligarquia espanhola.
Verificamos como parte do movimento de afirmaçom nacional galego segue sendo incapaz de construir com coerência Naçom Galega, desmarcando-se de umha das mais eficazes ferramentas de alienaçom e espanholizaçom da juventude obreira e popular, e de penetraçom do fascismo.
Este Dia da Pátria é o último convocado por Agora Galiza-Unidade Popular. A partir do final deste ano implementaremos a Iniciativa Toupeira Vermelha, que culminará com a convocatória do 7º Congresso de Primeira Linha.
Este processo pretende ser paralelo à reorganizaçom do comunismo revolucionário nos diversos territórios deste cárcere de povos que denominamos Espanha. Só umha Confluência Comunista poderá estar em condiçons de superar o estado de amorfismo, marasmo, resignaçom e descrédito das forças obreiras, e contribuir para o abandono do autismo que padece a classe trabalhadora.
O seu êxito está intrinsicamente vinculado à aplicaçom criativa da teoria de autodeterminaçom elaborada por Lenine. A necessidade de auto-organizaçom nacional, de construir partidos comunistas em cada formaçom social concreta, aplicando a equaçom indivisível Independência e Socialismo que sintetiza o programa tático e os objetivos estratégicos para conquistar a liberdade e a emancipaçom de classe.
Quebrando o paradigma estatalista da burguesia e defendendo a estratégia internacionalista da Uniom de Repúblicas Socialistas Ibéricas.
Nom quero finalizar sem transmitir o nosso apoio indiscutível ao Eixo da Resistência, na sua luita contra o terrorismo sionista, e ao heroico e bravo povo palestiniano, exemplo de coerência e firmeza, com o que compartilhamos o mesmo projeto emancipador e libertador.
Viva Galiza ceive!
Viva Galiza socialista!
Viva a Revoluçom Galega!
Pátria ou morte! Venceremos!
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