‘Esquerdinhas’ woke na Galiza: Doenças posmodernas e delírios eurocentristas contra a Revoluçom

No seio do movimiento popular galego podemos cada dia constatar como a nocividade destas teorias (ideologia de género, ideologia LGTBI, Agenda 2030) vam corroendo, esfarelando e desintegrando aceleradamente a nossa pequena mas combativa base social acumulada em quase 50 anos de luita

Por Rebeliom Popular

O anglicismo woke, com origem na justa luita das comunidades afroamericanas contra a discriminaçom quotidiana que padecem nos Estados Unidos, foi logo reapropriado polas elites académicas liberais gringas na sua guerra cultural contra a luita de classes. Atualmente define a prática de boa parte das ‘esquerdinhas’ ocidentais na sua aposta pola promoçom do identitarismo de género, orientaçom sexual, multiculturalismo abstrato versus a contradiçom Capital-Trabalho e a luita anti-imperialista.

Está sendo empregue como funcional ariete disgregador ao serviço da agenda de dominaçom da oligarquia globalista, que tenciona impor com argumentos aparentemente atrativos, a sua sinistra  cosmovisom degenerada e anti-humanista em matéria de família, identidade, relaçons humanas, vínculos com a Terra, frente à unidade de interesses de classe dos povos trabalhadores e asovalhados do mundo.

O identitarismo woke e os ninismos eurocentristas na esquerda ocidental vam da mao dos seus reversos ultranacionalistas, demagógicos e islamófobos, altamente instrumentais para o belicismo sionazista.

Sendo também os parvos úteis da agenda de controle integral do capital globalista, um projeto que impulsiona umha total e brutal transiçom alimentar, a obrigatoriedade das moedas digitais programáveis do Banco Central, combinadas com a censura férrea à liberdade de expressom e qualquer discrepância real face os seus planos criminosos, visando para a repressom de eventuais protestos ou revoltas, e a imposiçom final dum consenso militarista e tecno-securitário no seio das nossas sociedades atomizadas e disgregadas.

Mas para enxergarmos como é devido as causas reais trás destes processos dialeticamente combinados, precisamos ir às bases da crise tendencialmente terminal do capitalismo histórico de matriz ocidental realmente existente. Sobretodo no contexto do seu estádio superior monopolista e imperial seródio, com as consequências que o génio de Lenine já vislumbrara no essencial há um seculo.

Agora confrontamos com a vertigem despiadada dumha aceleraçom histórica neste processo decadente.

Um sistema assente no domínio ilimitado em todos os eidos da vida por parte dos grandes monopólios financiero-corporativos, começa a esfondar-se perante os nossos olhos e a conta das nossas vidas, após atingir o topo dumha hegemonia mundial enganosa e temporal, logo da contrarrevoluçom no Leste da Europa e da chamada globalizaçom de bens e serviços finsecular.

Em resposta ao colapso do neoliberalismo desregulado prévio, assistimos agora à implementaçom dum grande reset autoritário -umha agenda de controlo integral polo grande Capital que pretende remodelar a economia e forjar segundo os seus interesses a forma como vivemos, sentimos e pensamos. 

Agenda de dominaçom e caos belicista do capital globalista que nom se poderia implementar doadamente no seio do proletariado, das mulheres, da mocidade trabalhadora e das pátrias oprimidas ou colonizadas da periféria imperial, sem a cooperaçom, inconsciente ou nom tanto, de muitas destas ‘esquerdinhas’ que acríticamente ou seudocriticamente assomem os marcos cognitivos e os límites da crítica impostos polo relato atual.

Funcionais na prática para os interesses estratégicos a meio e longo termo dos grandes conglomerados monopolistas que promocionam a continuidade da eurocracia socialfascista e burocrática, aliada com os falcons liberais do Partido Demócrata gringo e seus tentáculos académicos e terminais mediáticas nas duas beiras do Atlántico.

Nom é casualidade que a enxurrada de variopintas teorias posmo dos ‘80 e ‘90, se juntasse com a galdrumada anticomunista e anti-soviética da prévia ultraesquerda troska e anarcoide conselhista, nem que após a deriva eurocomunista ou a parálise centrista dos grandes PC do Oeste, aginha quase toda a heroica mas aventureira por vezes luita anti-imperialista e guerrilheira dos ‘70 nas metrópoles, for logo infetada já polo esquerdismo do 68 e satelizada posteriormente polos seus acólitos anarquizantes.

À vez que dissidentes controlados como foi o caso de Toni Negri, agente provocador protegido de Miterrand e bem logo partidário da Constituçom Europeia em 2005, do crítico académico e pretendidamente antiautoritário dos serviços de saúde e benestar social da posguerra Michel Focault, ou também do declarado propagandista sionista Robert Kurz.

Tais ‘esquerdinhas’, a menor ou maior escala em toda a Europa Ocidental, na Península e na nossa assovalhada Pátria, fôrom deixando em diversos saldos programáticos o seu antigo e referencial passado de luita. Tampouco hessitárom na manipulaçom presentista dos seus velhos referentes simbólicos, nem deixárom de lucrar política e institucionalmente com o peso ainda relevante das suas redes clientelares, os ecos dos seus fortes ativismos sociológicos ou a força negociadora das burocracias sindicais.

Mas com seus decadentismos teóricos e degeneraçons políticas, por sua vez, fazem que o valor dos seus serviços inconscientes ou nom, sejam mui rendíveis aos amos reais trás do circo parlamentar e dos grandes estados capitalistas, pois contribuem imensamente para favorecerem com vaselina de cores o anovado consenso castrador imposto agora no eido cultural, ambiental, sanitário e institucional contra os imediatos e vitais interesses reais da imensa maioria da povoaçom. Para reduzir com menos riscos o nível de vida e enfraquecer a capacidade de unidade efetiva e combativa das massas populares do agro e da cidade.

Todo o pacote do delírio idealista queer das faculdades de Yale e Harvard, vai ser empacotado e distribuido junto com a elitista ideologia ecomalthusiana decrescentista e travestida de verde, que inspiram os informes do Clube de Roma desde os anos ’70, sob comando de Rockefeller e CIA.

Bem aginha, também o feminismo pequeno-burguês radicalizado da mesocracia empoleirada nestas organizaçons, enterrou as obras da Kollontai e Zetkin. Soterrou a exploraçom classista, suplantou a voz, mistificou os interesses das suas antigas companheiras proletárias nos seminários e plenários internos, e logo laminou-nas nas palavras de ordem e nas mobilizaçons, para favorecerem o caráter intocável do seu próprio vitimismo calculador. Com o essencialismo seica empoderador das suas ambiçons de mando agirem já agora como gestoras minoristas e sacerdotisas do correto, toleradas polo grande Capital na administraçom resiliente dos afectos e na gestom mercantilizada dos cuidados, dos atelieres empoderadores a conveniência e dos pontos lilás subsidiados polo sistema.

Nem é pois tam chocante com a perspetiva dos anos, olhar como da iminente insurreiçom do proletariado industrial multinacional dos bairros e arrabaldos -o que até entom seria teóricamente a vanguarda única e sujeito central da luita contra o capitalismo imperialista por toda parte-, o foco foi desviando-se deste e das suas necesidades reais e quotidianas, enquanto se outorgava o posto central da futura emancipaçom humana à hipersexualizada transgressom antisocial e à romantizaçom paternalista a respeito de certos setores do velho e novo lumpemproletariado delinquencial, sob controlo de máfias da droga e do sexo, ou instalados na miséria fisica e alienaçom vital absolutas.

Um setor heterogéneo da povoaçom sem unidade nem coesom próprias, e no essencial à margem do mundo produtivo, mas que foi e será reutilizado, reciclado e reclassificado sob as diferentes e convenientes estratificaçons políticas e de legitimaçom simbólicas, que interessem em cada intre, e quase sempre derivadas das suas cambiantes extraçons étnicas, adiçons ou até orientaçom sexual, posto que estes setores fôrom e som promovidos como ariete legitimador desde a mesma pequena burguesia urbana radicalizada progre ou radical, que se aproveita deles e da sua problemática para enfrontar ou dividir o proletariado organizado segundo as necessidades e alvos da contrarrevoluçom.

Do mesmo jeito como já ensaiou a burguesia francesa em 1848, tal como denunciara Marx nos seus imortais estudos sobre a questom. O mesmo que novamente fai e fará a oligarquia financieira quando precisar nestes tempos da sua crise termidoriana.

Mas, agora tais coletivos e grupos som considerados polas nossas ‘esquerdinhas’ purpurina e o seu mundo de ilusionismos salvíficos e unicórnios multicor, seica como a nova reserva Premium de oprimides e aliades. Considerados o seu grande bálsamo salvador e inquestionável vacina antifascista e antiautoritária, fonte consagrada da eterna rebeldia com a que substituirem dumha vez por todas na sua politicaria de esquerda antisistema nas margens do sistema, aos envelhecidos, rançosos, acomodatícios e embrutecidos proletários industriais e pequenos camponeses brancos, machistas, homofobos, e ainda por cima cis hetero carnívoros, bebedores e fumadores, pois na presente revoluçom sem revoluçom, como na promoçom das hamburguesas veganas do Carrefour, a “nova esperança racializada e sexualizada´´ serám o celofam bonito com os que jogarem a reinventarem a mercadoria adulterada e insípida da nova politica rebelde, e recorrerem ao assistencialismo clientelar dentro das megalópoles imperiais e seus territórios coloniais e dependentes ainda dominados.

Todo isto ao serviço, tanto tem se for consciente ou nom, dum renovado, agressivo e niilista neoliberalismo identitário viciado nos direitos sacrossantos sexuais de novo cunho, na ecoansiedade paranoide, no veganismo anémico combinado com narcóticos tolerados, e na inoculaçom de todo o demais alpiste sistémico e tam falsamente transgressor que o moderno totalitarismo ultraliberal prescreve e sanciona.

No possível todo bem atado dentro do marco surrealista, adoecido e idealista dos identitarismos inóquos, esterilizadores e farmaceutico-transgénicos.

EXEMPLOS CONCRETOS

No seio do movimiento popular galego podemos cada dia constatar como a nocividade destas teorias (ideologia de género, ideologia LGTBI, Agenda 2030) vam corroendo, esfarelando e desintegrando aceleradamente a nossa pequena mas combativa base social acumulada em quase 50 anos de luita operária e popular clandestina, sindical ou de rua, enquanto ajudam na prática à castraçom e desativaçom face batalhas menores, ou esbanjamento em liortas virtuais já na prévia do partido, daquela tradicional rebeldia que caraterizava em doses diferentes umha boa parte da mocidade popular há um par de décadas.

Após analisarmos autocríticamente a crise, e posterior esfarelamento do antigo MLNG, em paralelo com o proceso de rutura do BNG em Ámio, e o ciclo inicialmente impressionante da emergente Nova Politica da AGE face as Mareas e Podemos, deveriamos estabelecer o triénio 2013-2015 como intre decisivo dumha prévia e silenciosa infiltraçom, desestabilizaçom e penetraçom maciça e destrutiva destas teorias, no seio de NÓS-UP e Briga, provocando a implosom de Primeira Linha. Cuja consequência foi a liquidaçom de NÓS-UP e o achegamento dum setor juvenil e partidário às margens da inofensiva marca branca da UPG e do seu entramado juvenil, estudantil e de solidariedade internacionalista.

Mas o processo foi acelerado polo prévio confusionismo ideológico e orgánico derivado da asunçom acrítica dumha série de teorizaçons ultraesquerdistas e semitroskizantes importadas de setores críticos da esquerda abertzale, como a tripla opressom em lugar da centralidade da luita Capital-Trabalho, que na Galiza assome dialética e simultáneamente a forma de luita de libertaçom nacional. Ou a promoçom no movimiento juvenil dum destrutivo “antiautoritarismo” antileninista com a sua crítica do alegado poder adulto, que somentes serviria para pavimentar fracionalismos, desviacionismos ideológicos e dissensons internas, até a catástrofe política e devastaçom organizativa final há quase umha década.

Enquanto no seio da corrente mais essencialista e acratizante do independentismo, este processo implementou-se ainda mais doadamente com a autoliquidaçom do seu espectral projeto clandestino da década precedente, combinado com a infiltraçom e repressom policiais no seu seio, a ilegalizaçom temporária e posterior desapariçom de Causa Galiza prévia dissoluçom da AMI. Todo sob cobertura dum discurso antiestatista, decrescentista e ultrafeminista que agochava a nova hegemonia interna dumha corrente posmo, culturalista e acratizante, focada na sua autopreservaçom dentro dum cada dia mais explícito, agonizante e agravado autismo político que chega até hoje.

As siglas destas ‘esquerdinhas’ gominola vam mudando, dum target esgotado já polo abuso de verde ecoresilente, tom multicor sistémico e lilá decolorido, devem renovar o atrativo com certo verniz avermelhado desvaído, e ao refrito de cozido deconstruido vegano é preciso dar-lhe um já quase imperceptível aroma bolchevique.

A franquícia autótone da GKS vem cubrir a demanda que a marca branca juvenil nom pode atingir, enquanto praticam puro autismo político como os seus patrocinadores da matriz basca.

A sua achega mais “novidosa” na presente temporada primavera-verao, consiste num tom entre esquerdista infantil e conselhista-menchevique, acompanhada da errónea e antidialética caraterizaçom do BNG, como representaçom política da burguesia galega. Nom sabem até diferenciar entre os diversos segmentos burgueses! 

CRISE DA HEGEMONIA OCIDENTAL E RESISTÊNCIAS ANTI-IMPERIALISTAS

Para completarmos o quadro desta insidiosa e destrutiva ameaça para o porvir e interesses do nosso mundo operário e popular na nossa Terra, e que decerto foi pacientemente elaborada, planificada e testada nos escritórios de inteligência, corporativos e nas cátedras de sociologia, políticas e psicologia do imperialismo académico atlantista e sionista, tampouco nestas alturas do filme deveria ser matéria de abraio para ninguem minimamente formado politicamente, que a sincronizaçom deste grande avanço das teses das diversas ‘esquerdinhas’ gominolas e a imposiçom institucional da ideologia woke, for desenvolvendo-se e amplificando-se paralela e simultaneamente dentro do centro imperial e nas suas periferias próximas junto com a presente Grande Recessom do capitalismo financierizado euroatlántico de 2007 até os nossos dias.

Nem que o seu role desmobilizador e desintegrador dumha alternativa revolucionária ou minimamente resistente dentro das cada vez mais depauperadas, alienadas e precarizadas massas ocidentais, for promovido por sua vez em contraposiçom geoestratégica e sócio-política com o paralelo auge dos BRICS como pólo de poder alternativo e multipolar, o fortalecimento do restante bloco socialista e anti-imperialista nas periferias clássicas, do bloco bolivariano e popular dos governos da ALBA na Pátria Grande indolatinoamericana, e a preservaçom modesta mas efetiva do legado soviético, paneslavista e antifascista na Belarus e na Trasnístria.

Agora revigorados com a renascença de projetos revolucionários face os USA, UE, NATO e capitalismo globalista no coraçom da Europa centro-oriental, como é o caso do Donbass mineiro e insurgente.

Nem que o ninismo camuflado de esquerdismo com a clássica receita barata da “guerra inter-imperialista”, e também da acusaçom a Rússia de invasor imperialista, estado autoritário e antiLGTBI, opressora das naçons minoritárias da velha URSS, seja a grande e recorrente achega de toda esta patuleia nos seus vozeiros e chios virtuais, empregados decote para desqualificarem a guerra heróica defensiva antifasZista entre os povos da Federaçom Russa e do Donbass, contra de um regime abertamente neonazista e fantoche do neofascismo globalista atlantista e sionista.

Resulta incrível a subestimaçom teórico-prática na denúncia e combate reais face a militarizaçom otánica da Europa e umha possível III Guerra Mundial termonuclear, capaz de arrastar o nosso continente à extinçom, adiada, ausente ou mistificada no seio das mesmas organizaçons de solidariedade internacionalista que promovem ou patrocinam.

A Nova Orde Multilateral face um decadente IV Reich atlantista a soldo do anglosionismo, som seica umha simples teoria da conspiraçom de criptoreacionários para os nossos, nossas e nosses comisionistas e aliades virtuais, enquanto fumam as suas marcas brancas toleradas e resilientes, debatem incansávelmente sobre o sexo dos anjos para reduzirem a sua pesistente ecoansiedade.

Temos e teremos que travar com coragem, sem complexos, concessons, nem timoratismos, esta batalha de ideias, dum jeito implacável, no seio do movimiento operário e popular, como parte do processo de refundaçom de Primeira Linha como partido comunista combatente, patriótico e revolucionário galego, e de reconstruçom do Movimento de Libertaçom Nacional. Devemos fazé-lo contra todos estes novos e velhos planos liquidadores, mui bem artelhados e finamente enfeitados desde os centros de poder académicos do Império, contra do nosso porvir emancipado como Pátria socialista, livre e soberana, como parte da Uniom de Repúblicas Socialistas Ibéricas.

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