Entrevistamos a Independentismo galego em pé: «A Operación Jaro é um operativo desenhado pola Guardia Civil»

Por Daniel Seixo

En Nueva Revolución charlamos co Independentismo galego em pé para conhecer a súa visión acerca da Operación Jaro e a realidade da militancia e a loita soberanista na Galiza.

Como definiría a Operación Jaro?

A Operación Jaro é um operativo desenhado pola Guardia Civil. Ativou-se em 2015 para golpear o tecido associativo do independentismo organizado e executou-se num momento crítico do conflito catalám, com um Governo espanhol do PP, sob umha forte criminalizaçom do independentismo e com operaçons similares a se produzirem no Estado (Piñata, Pandora, Ice, Araña, etc.) alegando supostos “grupos terroristas”.

Tivo duas ediçons: a primeira afetou a organizaçom política Causa Galiza e a segunda o organismo anti-repressivo Ceivar. Em ambas, o operativo tivo umha importante amplificaçom mediática que dava por boas as teses da Guardia Civil e criminalizava a priori as pessoas e organizaçons retaliadas. Basicamente, a sua finalidade foi, empregando a fantasma do “terrorismo”, criminalizar o independentismo como projeto estratégico para este país, fazer um exercício de exemplarizaçom repressiva e lançar um aviso a navegantes.

Como se produciron os operativos policiais contra os procesados na chamada «Operación Jaro»? Consideran que as actuacións policiais foron desmedidas? 

Houvo assaltos armados a domicílios de madrugada, com dezenas de guardias civiles abatendo portas, gritando, encanhonando as pessoas detidas, registando os domicílios, detençons no caminho para o trabalho, etc. A violência foi extrema, o relato mediático unánime e os conselhos de redaçom dalguns meios recebérom notas que advertiam da perigosidade de cubrir a notícia, pois –dixérom- poderia haver resistência armada. La Voz de Galicia e TVG destacárom-se na socializaçom do relato policial. Contodo, há que dizer que, apesar dos métodos empregados, a Guardia Civil nom localizou nos domicílios materiais ou documentaçom que implicassem as pessoas detidas nas supostas atividades ilegais que motivavam formalmente a operaçom.

Existen restos de grupos ou organizacións que defendan ou executen unha loita política armada no independentismo galego?  A que se debe entón a permanente insistencia da xustiza espanhola en vincular ao independentismo galego con Resistencia Galega? 

Hoje, no independentismo galego, é um lugar comum que a única possibilidade de avançarmos face a indepedência é a acumulaçom de forças. Tampouco se produzem açons armadas. A insistência da Guardia Civil e do tribunal de exceçom neste relato só procura coarctadas para atuar com a máxima contundência sobre os setores –organizados ou nom- que concluem que a única opçom de futuro para a Galiza é romper amarras com Espanha. Neste sentido, entendo qe a Operación Jaro é, também, umha operaçom preventiva para abortar ou ralentizar a perspetiva soberanista.

Consideran que existe unha estratexia de represión puntualmente desenhada contra o independentismo galego?

A estratégia é sistemática e modulada em funçom dos contextos concretos. Trata-se, ao nosso entender, dumha política permanente que combina a repressom seletiva e de baixa intensidade, a vigiláncia policial, o silenciamento e criminalizaçom mediática, a extorsom económica, os processos administrativos, penais ou laborais e, em ocasions, se substancia em operaçons de maior envergadura como esta à que aludimos.

O objetivo último é impossibilitar que um emergente estado de opiniom independentista existente na Galiza cristalice em projeto político, movimento e estratégia. O Estado está ciente de que, clausurada a “via estatutária”, e à vista da situaçom do país, existem condiçons objetivas para a deriva independentista de milhares de nacionalistas e atua para condicionar este processo.


Cal é a petición da fiscalía para os 12 independentistas galegos?

A Fiscalia reclamava inicialmente 102 anos de prisom que se reduzírom durante a vista a 96. As condenas individuais vam de 4 a 12 anos; a ilegalizaçom das organizaçons citadas; sançons económicas por valor de 348.000 euros e umha sorte de morte civil e laboral, vetando-nos o trabalho nas administraçons públicas, o direito a opositar ou a possibilidade de candidatar-nos em processos eleitorais. A vocaçom de exemplaridade repressiva do processo é inquestionável. Combatem um estado de opiniom independentista que emerge na sociedade com a máxima contundência e marcam a lume um posicionamento político.

Gran parte das acusacións baséase na participaçom em homenagens aos militares fusilados polo Exército espanhol após a Revoluçom Galega de 1846, e a promoçom de atos de memória histórica dá luita independentista no século XX así como a partipaçom em recebimentos de ex presos e ex presas independentistas convocados publicamente. Basandonos nestas acusacións, existen motivos reais para seguir adiante con este proceso xudicial? 

A motivaçom que informa todo o processo desde 2015 é política.Em termos estritamente jurídicos, num Estado de Direito medianamente garantista, o processo nem sequer chegaria a juízo. Estamos pois perante presuntos delitos que, no seu dia, se celebrárom com absoluta normalidade em lugares públicos, com vigiláncia policial e autorizaçom governamental. Agora, todos esses atos som reinterpretados politicamente para justificar a operaçom policial e o próprio juízo. Só apontar que muitas das citadas atuaçons antes legais e agora puníveis já prescrevérom e que, na maioria dos casos, evidenciam umha instauraçom, de facto, do delito de opiniom e comprometem seriamente a liberdade de expressom das pessoas.

Confían na suposta imparcialidade da Audiencia Nacional durante todo este proceso? 

A Audiencia Nacional é um tribunal pré-constitucional formado em 1977 24 horas após se disolver o Tribunal de Orden Público do franquismo e incorporando boa parte dos juízes que integravam aquel. É, portanto, um dos aparatos que a modélica Transición espanhola situou à margem do debate constitucional porque devia cumprir um papel substancial no novo regime. Aguardar “imparcialidade” dum tribunal destas caraterísticas seria umha ingenuidade: a sentença será o fruto dum cálculo político. Que nesta semana sejam detidas 21 pessoas em Catalunha por parte da Guardia Civil, que as acusa de estarem detrás da entrada de dez mil soldados russos no seu país, dá umha ideia de como se construem este tipo de processos judiciais.

Como definirían ata o momento o proceso xudicial? 

O juízo é a recta final do circuito repressivo que começa com as detençons de 2015 e rematará com umha sentença firme. Que se celebrasse o processo judicial de que fumos objeto seria um autêntico escándalo em qualquer estado que cumprisse os estándares dum Estado de Direito. A instruçom do sumário prolongou-se 5 anos ainda que durante 4 o processo estivo completamente varado. Mudárom as imputaçons em várias ocasions, acusando-nos de “pertença a organizaçom terrorista”, logo desimputando-nos este delito, devolvendo a Causa Galiza o seu status legal após riscá-la de “braço político” dum suposto grupo ilegal e, finalmente, sendo acusadas de integrar umha “banda criminosa” da que ninguém ouviu falar e que aparece a última hora, antes do encerramento da instruçom, sem investigaçons nem alusons prévias à mesma. De facto, é esclarecedor que todas as atividades agora julgadas se celebrárom à luz do dia, com comunicaçom prévia à Delegación del Gobierno, vigiláncia policial e sem que ao longo dos anos fossem objeto de sançons administrativas ou penais. A decisom política de punir é a que leva a que o que era permitido se converta, de súpeto, em alvo policial, sumário e juízo.

Cal debería ser a resposta da sociedade galega fronte a este tipo de operacións policiais? 

Se trazemos em conta que aqui o que está em jogo já nom só é a liberdade de 12 militantes, mas a existência legal dum projeto político, parece evidente que o pior desenlace iimaginável –encarceramentos e ilegalizaçons- nom afetaria só o independentismo organizado, mas a própria ideia do “pluralismo político”. Neste sentido, embora a resposta de organizaçons, coletivos, associaçons, etc. fosse ótima a nível declarativo, botamos em falta umha implicaçom mais ativa e continuada à vista da gravidade do que sucede. Que se normalicem dalgum modo acontecimentos como o que estamos a viver é um mal preságio para todos em termos democráticos.

Recibiron apoios de formacións políticas?

Recebemos. Concretamente, de maneira destacada, do BNG e do sindicato CIG, mas também de Anova, Podemos, Esquerda Unida e muitos partidos e organizaçons políticas extraparlamentares. Também de dezenas de entidades e coletivos sociais. No universo sociopolítico que se situa à margem dos principais partidos do regime existe um consenso generalizado a respeito de que nos encontramos perante umha montagem que o único que pretende é a criminalizaçom e penalizaçom dum projeto político.

Que senten cando afrontan accións como esta Operación Jaro contra o independentismo galego mentres esta mesma semana o estado español recibe a Leopoldo López como preso político venezolano?

Conhecemos a natureza antidemocrática do regime atual, já nom só porque negue o direito de autodeterminaçom da Galiza, que é o factor essencial, mas porque incluso em termos democrático-formais é o fruto da reforma pactuada do franquismo, perpetuando estruturas essenciais do regime anterior –tribunais de exceçom, aparatos policiais e judiciais, corpos militares a exercerem funçons de ordem pública, etc.-. Neste sentido, acontecimentos como a Operación Jaro, a negativa do Estado a aplicar ordens internacionais de detençom e julgamento de colaboradores do franquismo, ou o apoio governamental a personagens sinistras como Leopoldo López, som coerentes com essa natureza.

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