Entrevista ó Comité Antifascista da Lourinha: “enquanto exista o sistema capitalista, a ameaça do fascismo seguirá presente e preparada para ser empregada quando à oligarquia lhe interesse”

Por Angelo Nero

Já cum ano de atividade as suas costas, o Comité Antifascista da Lourinha, que trabalha denunciando e combatendo as diferentes expressons do fascismo nos concelhos de Mós e O Porrinho, tém já umha importante implantaçom na sua zona, mas tambén medrou a presença da ultradireita, com mesas informativas em vários concelhos da comarca, e continuados ataques aos lugares da memória, como se pode testemunhar no monumento às vítimas na Volta da Moura, assim como a destruçom continuada da propaganda política e sindical das distintas expressons da esquerda nos muros destes concelhos.

¿Xurde o CAL como resposta a essa ameaça do fascismo, que nom só medrou nas urnas, senom que foi alentada polos meios de comunicaçom, e agora quere ser dono também das nossas ruas? ¿Porque neste momento xurde a vossa organizacçom e nom antes?

O avanço do fascismo a nível internacional, como no Estado espanhol, é umha realidade incontestável. A oligarquia conhecedora da grave situaçom socio-económica, derivada da pandemia do coronavírus, emprega o fascismo como ferramenta para confrontar as luitas e protestos operários, evitar com o medo e a violência reacionária inclusive, que os setores populares virem cara posiçons abertamente anticapitalistas e revolucionárias. No Estado espanhol, a aposta do setor mais chauvinista e terrorista do capital por Vox, é a prova mais clara disto.

Na Galiza, ainda que a acometida do fascismo nom é tam grave como noutros territórios do Estado, esta escória, já começa a aparecer nas ruas com maior frequência. Eis o exemplo dos atos e mesas informativas que o pistoleirismo voxista vem realizando nos últimos meses em diferentes pontos do país.

Na comarca da Lourinha, a acometida do fascismo nom é umha excepçom. Além do governo mafioso no Concelho de Mós, encabeçado polo PP mais reacionário de Nidia Arévalo, Vox, também realiza atividade nas ruas com o objetivo de normalizar-se entre as camadas populares. Há umhas semanas figérom umha mesa informativa no Porrinho, na que juntárom a mais de 25 fascistas. Algo que pessoalmente, nunca olhara em todos estes anos, e que é dumha gravidade extrema.

Eis a conjuntura na que, o 14 de julho do ano passado, nasce o Comité Antifascista da Lourinha (CAL). Principalmente, o nosso objetivo é alertar, organizar, movimentar à populaçom perante a ameaça reacionária nas ruas, e evitar que ganhe posiçons, enganando ao povo trabalhador com o seu discurso demagógico e antipopular. E para isso, por suposto, devemos confrontá-los como seja.

Em novembro do ano passado aderides-vos ao Manifesto Antifascista Galego “Contra o fascismo, nem um passo atrás”, que se encabeça cum chamado à unidade para combater “o vírus fascista” e promovedes um plano de açom artelhado em sete pontos. Poderias falar-nos desse “programa de mínimos” que deu passo à formaçom da Plataforma Antifascista, para erguer umha resposta conjunta com os diverssos coletivos antifascistas galegos e que resposta tivo essa primeira campanha?

Som umha série de medidas que consideramos fundamentais para qualquer organizaçom ou entidade que se autodenomine antifascista e anticapitalista. A situaçom atual que padecemos, nom se pode entender sem o que supujo “a modélica transiçom”, um lavado de imagem da ditadura franquista. Os elementos de caráter reacionário continuárom no poder, presentes nas diferentes instituçons do atual regime de 78.

Eis polo que, os casos de corrupçom da monarquia bourbónica, as ameaças golpistas do exército e polícia, a apologia e atividade do fascismo, as agressons racistas, homófobas, etc, ficam totalmente impunes. O fascismo, conta com o amparo e proteçom das instituçons do regime pós- franquista.

Do mesmo modo, acontece com o imenso património espoliado pola família Franco e por outros hierarcas fascistas. Se este Estado, rompesse realmente com a ditadura, todo esse património roubado, seria expropiado imediatamente e devolto ao seu legítimo proprietário, o povo trabalhador.

Todo isto ocorre por que há umha série de leis vigentes que, além de permitir que os criminais da ditadura sejam intocáveis, também propíciam o avanço do “novo fascismo”. A Lei de Amnisitia do 77, Lei Mordaça, Lei de partidos, ou artigos do Código Penal, como o de «Humilhaçom e Ódio». É fundamental para o antifascismo exigir a derrogaçom de todas estas leis repressivas.

Sabemos que nom chega só com a implementaçom destes sete pontos, já que enquanto exista o sistema capitalista, a ameaça do fascismo seguirá presente e preparada para ser empregada quando à oligarquia lhe interesse.

Som consciente de que o problema, é o próprio Estado e a sua natureza. Este é um regime que, na minha opiniom, nom se pode “democratizar”.  Por exemplo, nom chega com exigir a ilegalizaçom de forças políticas que reivindicam a ditadura, mas medidas como esta, som imprescindíveis, por que servem para aumentar o nivel de conscienciaçom do povo trabalhador e acumular forças para enfrentá-los nas ruas.

Respeito à resposta popular que tivo a campanha, estamos bastante satisfeitos. Todas as entidades e coletivos que iniciamos conjuntamente a campanha antifascista, convocamos o 20 de novembro do ano passado (45 aniversário da morte do ditador Francisco Franco e 84 da morte do fundador da Falange, José Antonio Primo de Rivera), concentraçons em diferentes localidades galegas. Para ser a primeira vez que realizamos umha iniciativa como esta, e tendo em conta a pandemia, a assistência em cidades como Vigo, foi positiva. Pensamos que foi um bom começo.

Esta campanha inicial, deu pé à constituçom de outros comités antifascistas, como o de Compostela ou Vigo. Por suposto, também serviu para desenvolver novas iniciativas com a finalidade de avançarmos na luita antifascista.

Chama-me a atençom que na assinatura desse manifesto, junto a um feixe de organizaçons antifascistas, apareçam dous coletivos da Memória Histórica. Consideras que cumpre que o nosso movimento memorialista, que na Galiza é do mais diverso, tem que caminhar cara o Antifascismo como um jeito de continuidade entre as luitas de ontem e de hoje?

Sim, por suposto. Como digem antes, o fenómeno do fascismo nom é algo do passado, o capital emprega-o em determinados momentos nos que a oligarquia considera que os seus privilégios podem perigar.

Penso que a funçom dos coletivos da Memória Histórica, além homenagear às vítimas e repressaliados, exigir verdade, justiça e reparaçom aos familiares, fazer-nos conhecer o que supujo o fascismo em geral, e a ditadura franquista em particular, e todas as barbaridades e vulneraçons de direitos e liberdades que provocárom, tenhem o dever de alertar-nos do risco que supóm olhar cara outro lado, permitindo que esta escória avance hoje em dia.

Eis o motivo polo que houvo coletivos da Memória Histórica devem que decidírom somar-se a esta campanha.

Atualmente estades levando umha campanha de denúncia contra a presença de elementos reacionários na policía local do Porrinho, pola agressom da que foi objeto um jovem de origem saarauí. Como é possível que um governo presuntamente de esquerdas, do PSOE e BNG, consintam e amparem atuaçons como esta, e que resposta esta tendo a vossa campanha de agitaçom e propaganda nas ruas?

Um dos casos mais graves que acontecérom nos últimos meses, e que segue de atualidade. Por desgraça nem é o único, nem será o último, os abusos policiais som umha prática que ocorre com demasiada frequência.

A presença de elementos reacionários nas forças e corpos policiais constata o elevado número de casos de abuso e repressom que sofrem continuamente os setores populares.

Além da atitude prepotente, insultos, sançons inecessárias e o matonismo habitual que os caracteriza, o dia 16 do passado mês de maio, este vizinho foi detido violentamente e sem justificaçom, por um agente de paisano da Policia Local, que tendo a obriga de identificar-se, negou-se a fazé-lo.

Perante a repercussom que tivo nos dias seguintes este caso de racismo, o governo municipal , encabeçado por Eva García, abriu um expediente informativo para recolher a versom das duas partes. Este agente em concreto tem um historial bastante escuro, já nom é o primeiro caso de abuso no que está implicado.

O corporativismo policial e o amparo do governo municipal, olhando cara outro lado, permite a estes matons com placa, cometer abusos e amedrentar com total impunidade.

Mas sabemos que nom é o único agente que realiza este tipo de práticas.

Por isso decidimos iniciar umha campanha de agitaçom e propaganda nas ruas, com a finalidade de frear o matonismo policial, e para que as vizinhas e vizinhos saibam que nom estám sós.  No passado pleno a alcaidesa, Eva García, afirmou que os nossos cartazes eram “claramente constitutivos de delito”, enquanto silencia os continuos abusos policiais. Também questionou a versom do vizinho que sufriu a detençom ilegal, e manifestou que nom abordou o tema “por falta de tempo”.

Nem o governo municipal, nem o corpo de Polícia Local, tenhem intençom de solucionar o problema. Temos claro que somente com pressom popular, podemos conseguir que estes matons uniformados sejam expulsos do corpo e do concelho.

Pola nossa parte, continuaremos com a campanha até que o consigamos.

Para rematar, o Comité Antifascista da Lourinha aderiu-se à manifestacçom unitária que com o lema “Galiza pola Liberdade. Contra o fascismo e a ditadura do Capital” terá lugar o Dia da Pátria, o 25 de Julho, em Compostela. Junto a coletivos antifascistas de distintos lugares do país, a várias forças políticas comunistas, republicanas e independentistas. Porque chega nestes momentos esta convocatória unitária, nucleada à volta do antifascismo, numha data na que, até o de agora, tinham todo o protagonismo as forças nacionalistas e independentistas?

Pensamos que na atual conjuntura, e com o fascismo avançando cada vez mais, cumpre tercermos alianças de caráter tático com forças políticas antifascistas e anticapitalistas. Eis a razom pola que decidimos organizar um Dia da Pátria unitário em prol do direito de autodeterminaçom da Galiza.

Isso só foi possivel chegando a acordos com forças independentistas e outras que nom o som. Devemos deixar de lado as diferenças, e trabalhar conjuntamente no eixo comum, a luita antifascista e anticapitalista para acumular forças visadas para desputar hegemonia e o poder à ditadura do capital. Mas insisto, som acordos táticos, nom estratégicos.

Assim é como devemos entender a aliança conjuntural atingida por forças políticas, coletivos republicanos e comités antifascistas para convocarmos conjuntamente o Dia da Pátria neste 2021. Nengumha das organizaçons e coletivos integrantes renunciam aos seus objetivos iniciais.

A inciativa consistirá numha manifestaçom, às 12.30h, que começará na Alameda.  Posteriormente organizaremos o ato político, às 13.30h, na Praça do Pam, no que cada umha das entidades realizará a sua intervençom.

Estamos realizando umha boa campanha de agitaçom de propaganda por toda Galiza. Eu pessoalmente tenho muitas espetativas nesta iniciativa. Temos ainda muito trabalho que fazer por diante, mas esperamos que assim seja.

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