Consciência de classe

A classe obreira nas suas entranhas conhece os seus inimigos, mas tenhem que aflorar e ser expostos à claridade, há que sacá-los das confortáveis covas onde se agocham ao implacável sol das luitas operárias, aí nesse ponto escolhemos trincheira

Por Paulo Peres

A exploraçom da força de trabalho é um feito objetivo na sociedade capitalista, porém, @s trabalhador@s nom sempre tenhem conhecemento de devandita exploraçom, os exploradores procuram com todas as ferramentas possíveis fazer creer ao proletariado que o roubo do trabalho nom pago é um facto natural que acontece durante a história de toda a humanidade e polo tanto imutável. Sempre houvo e haverá explorados e exploradores, umha verdade a medias que tentam inocular como realidade universal comum ao longo de toda a história.

O que ocultam som que as condiçons polas quais a força de trabalho sofre exploraçom na sociedade capitalista, som criadas de maneira objetiva polos homens de umha classe concreta e ocultadas baixo umha forma de dominaçom, a alineaçom económica, política, social e cultural que disfarça uns interesses materiais económicos concretos e pertencentes à burguesìa como interesses gerais de toda a sociedade.

O marxismo revela o carater social e nom natural da propiedade privada, amosa sem rodeios a cousificaçom do ser humano e a humanizaçom das cousas, eixo principal da alineaçom capitalista e que constitue a principal ferramenta do proletariado para tomar consciência e entender a relaçom antagónica entre burguesia e proletariado e também a contradiçom entre interesses de umha classe e outra que na sociedade capitalista som irreconciliáveis.

Mas nom é premisa imprescindível a toma de consciência de classe por e para sí na revoluçom do proletariado, nom o é na medida de que a maioria do proletariado si possua “instinto de classe”, aquele que é precisso ter para identificar o inimigo, saber de que lado da trincheira posicionar-te, saber quem é o causante da tua miséria e pobreza, saber que som as tuas mans as que criam a riqueza e outros os que a parasitam, identificá-los, assinalá-los, e para isso nom fai falta ler “O Capital”, estudar Lenine e outros grandes revolucionários da história do capitalismo, esse instinto fornece-o a tua condiçom de operário, a tua condiçom de relegado, menospreciado nas desputas económicas, nas luitas salariais, nas desputas por direitos e liberdades, no trato que recebes polos gestores políticos aos reclamos de justiça, quando te despejam da tua vivenda trinta e tantos policiais armados, quando te apaleam nas manifestaçons os antidistúrbios com armas proibidas, um aprende a identificar o inimigo quando olhas que os pisoteados sempre som os mesmos, os que morrem de doenças curáveis som os mesmos, os que tenhem que emigrar sempre som os mesmos, aos que se lhes reclama mais produtividade sempre som os mesmos, aos que se lhes obriga a fazer horas extra de graça sempre som os mesmos, os que passam frio, os que sofrem fame sempre som os mesmos, os que perdem todo quando se socializam as dívidas e se privatiza o lucro.

As classes sociais distinguem-se polo desenvolvimento das suas condiçons materiais de vida, polas suas relaçons sociais, pola sua cultura, e polos seus interesses económicos, ela nom fica plenamente constituída se nom conforma um poder politico que defenda única e exclusivamente os seus interesses, e nesse sentido o proletariado fica espido.

A classe obreira nas suas entranhas conhece os seus inimigos, mas tenhem que aflorar e ser expostos à claridade, há que sacá-los das confortáveis covas onde se agocham ao implacável sol das luitas operárias, aí nesse ponto escolhemos trincheira, aí nesse ponto das luitas sabemos de que lado pormo- nos, quem está conosco e quem nom, é nesse ponto onde nom só conhecemos os inimigos, senom também os adversários, os rivais, oponentes que nom todos pertencem à classe antagonista.

A burguesia nom está soa na defesa dos seus privilégios e o seu modo de vida, tenhem os meios de comunicaçom, a cultura, o entretemento como distraçom, o estado burguês, como colaboradores da opressom, da dominaçom, como administradores dos seus negócios a través de leis que os protegem, e das instituiçons como ferramentas que difuminam as linhas divisórias entre os interesses antagónicos de umha classe e outra, que confunde e mistura publico e privado, que gasta multiplos recursos na desarticulaçom ideológica e na atomizaçom das luitas, mas também contam com povo ao que conseguem deslocar de umha trincheira a outra com falsas promessas, fátuas ilusons, ideais deformados, e migalhas e esmolas com as que se paga traidores,colaboracionistas, fura-greves.

Nestes túrbios tempos que nos acolhem onde as escuras augas das democracias burguesas pretendem confundirmos temos que acordar às manhás com o instinto de classe em modo on, temos que desengraxá-lo,pulí-lo e converté-lo em consciência transformadora nom só por nós, mas também polos que venhem, polo futuro da humanidade.

Comunismo ou caos

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