A classe trabalhadora como sujeito da transformaçom foi susbtituido pola asséptica categoria de “cidadania”, que nega a divisom classista e portanto a contradiçom antagónica entre burguesia e proletariado
Por Agora Galiza-Unidade Popular
Se a penetraçom e controlo ideológico das metafísicas posmodernas nas forças políticas que se reclamavam marxistas, é umha realidade devastadora em Ocidente, no Estado espanhol o processo de adulteraçom atinge umhas proporçons catastróficas, até o ponto de ter esterilizado, salvo dignas exceçons, o conjunto dos partidos situados historicamente no campo obreiro e popular.
As siglas históricas da tradiçom “comunista” e todos as experiências eleitorais posteriores, som inofensivas prolongaçons do partido demócrata norteamericano, extensons da cara amável do imperialismo.
A substituiçom da contradiçom Capital-Trabalho polos transversais, inclusivos e diversos modismos elaborados nos laboratórios ideológicos das academias e universidades do imperialismo é um drama. A centralidade das causas que nom questionam o cerne da dominaçom e exploraçom capitalista no acionar das “esquerdinhas”, tenhem transformado as ferramentas de luita em caricaturas e esperpentos.
A classe trabalhadora como sujeito da transformaçom foi susbtituido pola asséptica categoria de “cidadania”, que nega a divisom classista e portanto a contradiçom antagónica entre burguesia e proletariado.
Os denominados “partidos comunistas” som simples maquinárias eleitorais que alimentam o fetichismo de lograr melhoras e avanços pola via institucional, altamente funcionais para anestesiar a capacidade de combate do povo trabalhador e empobrecido.
O avanço das variadas alternativas políticas inspiradas no fascismo, e a sua cada vez maior influência na classe obreira, derivam da claudicaçom e abandono da defesa das reivindicaçons intrínsecas à maioria social que padece um contínuo processo de depauperaçom das condiçons materiais de existência polas políticas ultraliberais implementadas polo capitalismo agónico.
A renúncia à batalha de ideias e a reproduçom da agenda reacionária vernizada de progressista, é letal para a emancipaçom da nossa classe. Contribui para desviar a atençom, para desorientar, sobre quem som os responsáveis do empobrecimento e da perda de direitos e liberdades conquistadas em décadas de luita encarnizada contra a burguesia.
A intoxicaçom que padece boa parte da juventude polas delirantes causas promovidas polos meios de [des]informaçom, sistema educativo e programas políticos das “esquerdinhas”, tenhem conduzido o movimento popular a um sequestro ideológico que facilita a aplicaçom da agenda oculta da oligarquia globalista, para assim perpetuar com relativa facilidade um sistema de dominaçom que na atualidade padece umha profunda crise estrutural.
Deste jeito as “esquerdinhas” que se declaram “antifascistas” estám alinhadas com o governo nazifascista de Kiev, justificando o apoio político, treino e formaçom militar, que com os nossos impostos se enviem armas, condenando sem paliativos a contraofensiva antifascista russa contra o protetorado ianque da Ucránia.
Deste jeito as “esquerdinhas” que se declaram “anti-imperialistas” condenam os “golpes de estado” na África ocidental contra o colonialismo francês, arremetem contra os processos em curso em Burkina Faso, Mali, Níger e Gabom, em defesa da sua soberania e plena independência nacional frente Paris e Washington.
Deste jeito as “esquerdinhas” que se declaram “feministas” estám cada vez mais inclinadas com as delirantes teorias que atentam contra os direitos das mulheres trabalhadoras, negando a polaridade binária da realidade que deliberadamente promove o imperialismo anglo-ianque-sionista, para provocar anomia e caos, que facilita a destruçom das estruturas básicas de organizaçom social sob a cobertura da defesa dos “direitos humanos”, como parte da sua estratégia de dominaçom global.
Deste jeito as “esquerdinhas” que se declaram “ecologistas” reproduzem os mantras do capitalismo verde, promovendo a estafa do fenómeno da Greta Thunberg, que pretende reduzir a contaminaçom em Ocidente a custa do depredador acionar das multinacionais na esquilma dos recursos, e portanto provocar danos irreparáveis meioambientais no resto do planeta. Muita Agenda 2030, mas silêncio frente os anunciados verquidos de água radiativa japonesa no Pacífico.
Sereremos acusados de imperialistas, fascistas, machistas, transfóbicos, negacionistas, e todo tipo de banais ismos, muitos inventados nos últimos anos para despistar e desviar a atençom, confundir os oprimidos e assim lograr pacificamente sociedades mais desagregadas, submissas e obedientes, mas que paradoxalmente no ámbito subjetivo se consideram avançadas em direitos e liberdades.
Nom podemos estar em silêncio, olhar covardemente para outro lado. Sabemos que as nossas opinions coincidem com a de umha boa parte da nossa classe, quem evita manifestar-se por temor às repressálias e lapidaçom da nova inquisiçom. O comunismo revolucionário galego nom vai renunciar a deslindar com as “esquerdinhas” purpurina, confetti e gominola, nem permitir que as forças de extrema-direita e fascistas manipulem demagogicamente amplas segmentos populares. Os comunistas sempre remamos contracorrente, fomos forjados na dureza da luita de classes, avançamos no combate sem trégua contra a dominaçom ideológica da burguesia. A reconstruçom e rearmamento político do proletariado exige confrontar com crudeza e sem aditivos com a patética “esquerdinha” woke.
O “caso Rubiales” que hegemoniza desde há mais dumha semana o controlo informativo dos meios do sistema exemplifica esta adulteraçom que padecem as “esquerdinhas”.
Que o sancionado presidente da Federaçom espanhola de futebol é um energúmeno e as corporaçons desportivas de elite umha fossa séptica de corrupçom e métodos gansteris do pior capitalismo mafioso, um espaço controlado por mamarrachos enquadrados politicamente com as posiçons mais reacionárias, nom é novidade algumha.
Mas o conjunto das “esquerdinhas” tanto no ámbito político como social, que por taticismo eleitoral calam frente a indústria do espetáculo do futebol, optárom por somar-se como charanga a umha genial operaçom do regime para ocultar a crua realidade, e reforçar os êxitos desportivos de Espanha como ferramenta de espanholizaçom e promoçom da monarquia.
O sistema decidiu aproveitar o beijo na boca de Rubiales a umha jogadora, televisado em direto, em pleno estado de euforia cocainómica de celebraçom da vitória da seleçom espanhola de futebol feminina, para desviar a atençom e reforçar a fragmentaçom social da nossa classe.
A pequena-burguesia empoleirada nas direçons das “esquerdinhas”, que nada dim sobre o incremento dos combustíveis, o gâs, o azeite, e da inflaçom em pleno início do curso escolar, das condiçons laborais das trabalhadoras da conserva, limpeza ou da indústria têxtil, somam-se com entusiasmo a alimentar o show com demandas vazias que desarmam politica e ideologicamente o povo trabalhador.
A ausência de um amplo espaço obreiro, de um partido comunista combatente, pariótico e revolucionário galego dotado de um atualizado programa tático, bem enssamblado numha estratégia revolucionária de tomada do poder, facilita esta desfeita política que tanto beneficia os interesses do nosso inimigo.
Agora Galiza-Unidade Popular esta firmemente comprometida e implicada no processo de dotar a nossa classe e a nossa Pátria do Partido Comunista Galego, da mais elaborada e aperfeiçoada ferramenta de combate obreiro, de composiçom, programa e orientaçom genuinamente proletária.
Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular
Na Pátria, 31 de agosto de 2023
[Nos cem anos de Comunismo na Galiza]
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